Empresa liderada por Suzana Russi é uma das responsáveis pela crescente valorização imobiliária em Balneário Camboriú e Itapema. As duas cidades, que são o quintal de casa da construtora, ocupam, respectivamente, primeiro e segundo metro quadrado mais valorizado no Brasil.

Seria clichê começar a contar a história da J. A. Russi fazendo analogia à escassez de mulheres à frente de grandes construtoras, como se o sucesso estivesse atrelado ao cromossomo X ou Y. E, tão pouco é assim, como uma das poucas mulheres em posição de liderança na construção civil, que Suzana de Fátima Russi Chiamenti, 37 anos, se posiciona no mercado. Na presidência de uma das mais respeitadas empresas do segmento em Santa Catarina há cinco anos, ela ajuda a perpetuar o legado que seu pai começou a escrever em 1989.

Advogada de formação, gestora por vocação, ela assumiu a presidência da empresa após o falecimento de seu pai, em 2018. Apesar do episódio ser marcado pela dor da perda, a sucessão foi natural, uma vez que junto com sua irmã, Joana Russi Reis, e sua mãe, Rose Russi, Suzana já participava do dia a dia da J. A. Russi.

A empresa traz as iniciais e o sobrenome do seu fundador, João Amadeu Russi, e tem como berço o mercado mais promissor do segmento imobiliário do país: o litoral norte de Santa Catarina. Em Itapema, 60 quilômetros da capital Florianópolis, nasceram os primeiros empreendimentos e também um novo conceito: o investimento em Residenciais Resorts.

“Meu pai sempre dizia: temos que investir no destino e unir moradia, lazer, entretenimento e qualidade de vida. Assim, em 1991 entregamos o primeiro empreendimento, mas foi em 2012 que aconteceu a grande virada, com assinatura da J. A. Russi, o Splendour of the Seas, o mais icônico residencial resort da época com mais de 6.000m² de área de lazer com amplo jardim entre torres e um novo conceito de empreendimento imobiliário foi um marco para o mercado”, conta Suzana Russi, presidente da J. A. Russi.

A construtora figura hoje como uma das maiores do segmento em Santa Catarina, conta com uma governança corporativa e um olhar humanizado, apurado para as pessoas. “Somos uma empresa familiar com gestão profissional. Quando meu pai faleceu, muito se questionou sobre a continuidade dos negócios. É engraçado lembrar as várias propostas que recebemos para venda dos projetos e landbank. Hoje, posso dizer que aquilo serviu até como uma espécie de combustível, não no sentido de mostrarmos que somos capazes, mas até para quebrarmos alguns paradigmas”, relembra Suzana.

A empresa vem num ritmo acelerado de crescimento, acompanhando e impulsionando a alta vivida pelo mercado do litoral norte de Santa Catarina, principalmente nas cidades de Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí.

Nesses últimos cinco anos a J.A. Russi registrou um crescimento ascendente na ordem de 175% em carteira de recebíveis. Em receita líquida no mesmo período um crescimento superior a 20%. E mais, em 2018 tínhamos um VGV de 65 milhões e hoje, em 2023, na ordem de 360 milhões, um crescimento superior a 400%. “Foram 326 unidades comercializadas neste período, quatro empreendimentos entregues - Sint Marteen, Royal Tower e Mueller Ocean Club, em Balneário Camboriú e o Bay House, na Praia Brava, em Itajaí – além do lançamento de três residenciais. Em projeto, temos oito futuros lançamentos, todos em fase de aprovação”, destaca Suzana. Os empreendimentos que ainda serão lançados têm VGV estimado em aproximadamente R$ 2 bilhões.

Contudo, Suzana e Joana, irmãs e que ocupam a presidência e vice-presidência, respectivamente, são categóricas em afirmar que esse resultado corrobora e consagra todo o trabalho iniciado lá atrás pelo patriarca.

“Materializamos a continuidade do legado que ele nos ensinou. Meu pai foi um empresário visionário. Sempre nos colocou no protagonismo e nos incentivou a irmos mais longe. Repetia diariamente: ‘seja a melhor no que você se propõe a fazer, estude e esteja sempre rodeada de profissionais competentes.’ Seu discurso transformou-se em nosso mantra”, pontua a presidente da J. A. Russi. 

A construção civil no contexto da pandemia

A pandemia foi um período de crescimento para todo o setor da construção civil, tanto em Santa Catarina como no cenário nacional. E os dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) corroboram, mostrando que a construção civil cresceu 17,7% ante 8,2% da economia nacional. E, para 2023 as projeções continuam na casa dos dois dígitos. O Grupo J. A. Russi registrou de 2018 a 2022 crescimento de 440% de VGV realizado, e crescimento de 20% em receita líquida no mesmo período.

“As famílias passaram a ter um novo olhar para o senso de urgência. Os clientes passaram a prestar mais atenção em suas casas, realizaram upgrade em seus apartamentos e se preocuparam mais com o seu endereço e infraestrutura. Qualidade de vida transformou-se em um commoditie valioso e empresas que já investiam neste quesito saíram na frente”, justifica Suzana.

A marca da J. A. Russi é o investimento na construção de empreendimentos contemporâneos e o desenvolvimento de tecnologia construtiva. “Pensamos não apenas no futuro morador, mas principalmente no senso de coletividade. Ao planejarmos um empreendimento é imprescindível a simbiose com a comunidade, a integração com o entorno e a criação do senso de pertencimento”, pontua. Esse olhar também se reflete nas ações em prol das cidades onde a construtora está inserida. “Muito mais que empreendimentos, oferecemos um novo estilo de vida”, completa a empresária.

A J. A. Russi conta com 32 empreendimentos entregues e três em construção, bem como futuros lançamentos em fase de projeto.

“O ano de 2023 será um ano de estabilização, momento para consolidar os resultados dos últimos anos, não temos planos de suspender ou parar quaisquer lançamentos ou investimentos já projetados em nosso planejamento, vamos continuar empreendendo e acreditando na capacidade do país em se desenvolver. Entretanto, entendemos que deve ser um ano de austeridade e responsabilidade, uma caminhada reta, sem sobressaltos o país está num momento de ajustes gerais. Nossa expectativa de crescimento é de 20%”, destaca a presidente da construtora.

Suzana ainda destaca os resultados de 2022, quando a companhia alcançou números recordes e o aumento significativos em vendas e faturamento. “Este cenário é resultado de diversos fatores, produtos alinhados com a expectativa do cliente, tecnologias empregadas, o fator “pandemia” e o desempenho do Brasil economicamente favoreceu. Tudo isso nos fortaleceu, nossa estrutura hoje é extremamente sustentável e adequada para continuarmos a crescer organicamente”.

Sunny Coast em Itapema-SC 

Diversificação de produtos

Focada no mercado de alto padrão, a J. A. Russi atua tanto no mercado residencial quanto no comercial. No segmento residencial, despontam no mercado o Sunny Coast, em Itapema, um empreendimento frente mar. É uma única torre, com mais de 100 metros de altura, 32 pavimentos e outros três no subsolo destinados a garagens. O objetivo foi criar uma fachada que não tivesse em sua composição os tradicionais paredões de garagem e que possibilitasse os pavimentos de lazer, que juntos somam mais de 2.400 m², no nível do mar. “Dentro da piscina com borda infinita o morador tem a sensação de estar literalmente dentro do oceano”, explica. Outro projeto que faz os olhos de Suzana é o Harmony Ocean Front, em Balneário Camboriú, cidade com maior valorização imobiliária do país e destaque em qualidade de vida. “Um empreendimento inovador, com tecnologias que agregam valorização, rentabilidade, qualidade. Ou seja, um projeto que alia estética e funcionalidade”, pondera.

Outra área que a J. A. Russi investe nestes 34 anos de mercado é a de locação comercial. Hoje administra seu próprio Centro Comercial na cidade de Itapema e já prepara o lançamento de um novo. O Garden Open Mall, em Itapema, que resgata as origens de seu fundador, com foco no desenvolvimento do destino, com um Open Mall, ou seja, um shopping a céu aberto, com foco em gastronomia e serviços, um investimento também para a comunidade. “Um projeto que materializa nosso DNA, a preocupação com a sustentabilidade e bem viver”, relata Suzana Russi, presidente da J.A. Russi. 

Harmony Ocean Front em Balneário Camboriú

Valorização do metro quadrado

Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina, desde abril de 2022 figura como a cidade com maior valorização imobiliária, onde o metro quadrado supera os grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. na sequência, aparece a cidade de Itapema, também no litoral norte de Santa Catarina. Os dados são da pesquisa Fipezap, de março. A valorização vem impulsionando também o crescimento de todo mercado imobiliário no estado.

A cidade de Itapema, localizada na região conhecida como Costa Esmeralda está entre as maiores valorizações do metro quadrado no Brasil em um ano. Somente em 2022, o município registrou valorização de 16,55%. Aliás, é a cidade catarinense com os maiores índices de valorização desde 2018. Por isso, o município é um dos mais procurados quando o assunto é investimento imobiliário. O contínuo investimento em infraestrutura e, também, em atrativos turísticos e melhoria considerável em inovações tecnológicas e sustentáveis na construção civil de residenciais de alto padrão e de luxo colocam Itapema em destaque nacional. 

Futuro

Ao projetar o futuro, Suzana é categórica em resgatar a história construída por seu pai e tantas pessoas que fazem parte da trajetória da J. A. Russi. “O sucesso está no processo: somos uma empresa liderada por pessoas. E mais, estamos rodeados de pessoas competentes, que acreditam no propósito e fazem acontecer”, finaliza a empresária.